Sobreirense 1-3 SC Coimbrões (fut11)
Este sábado viajamos até Sobreira para defrontar o Sobreirense local. Sabiamos das dificuldades que iriamos encontrar. Um campo difícil, uma equipa combativa, o possível calor.
Estavamos preparados para lutar até ao último segundo, estavamos preparados para procurar apresentar bom futebol em qualquer circunstância.
Contudo o jogo foi verdadeiramente complicado.
Um jogo com todos os temperos possíveis, mas completamente desadequado do espírito e do ambiente que se exige para o escalão de escolas.
Um jogo que não serve de exemplo, um jogo conflituoso. Enfim...
O JOGO....
Primeiro obstáculo: o campo.
Compreendo perfeitamente que no País em que vivemos não haja possibilidade para jogarmos todas as semanas em bons relvados ou sintéticos. Compreendo perfeitamente que os clubes não tenham possibilidades para investir em infrastruturas de qualidade. Sou adepto dos clubes de bairro, dos clubes de aldeia.
Mas será que se admite um campo como o do Sobreirense? Será que é possível ensinar meninos de 10 anos a tratar bem a bola num campo como aquele?
Um campo com medidas perfeitamente desadequadas, um campo com inclinação, um campo com erva e plantas em plena quadra de jogo.
Resultado? Apelo ao futebol físico e ao chutão. Ou seja poucos "instrumentos" para a evolução destes meninos enquanto atletas.
Segundo obstáculo: o desrespeito.
Fizemos a viagem para a Sobreira com o intuito de competir, de jogar bom futebol, de nos divertirmos.
Infelizmente parece que nem todas as pessoas têm os mesmos objectivos.
Fomos imensamente desrespeitados por pessoas que têm responsabilidades no futebol, pessoas que têm "nas mãos" parte da educação de miúdos de 10 anos.
Ao intervalo assistimos a uma equipa no túnel de acesso a cantar: "já ganhamos, já ganhamos" enquanto os nossos atletas se encaminhavam para o pelado.
Na 2ª parte e enquanto o resultado era favorável ao Sobreirense assistimos a uma falta de fair-play impressionante. Os atletas adversários com ordens para "queimar tempo", para não devolver a bola, para jogar duro.
Durante a segunda parte fomos apelidados de desonestos e trapaceiros apenas e só porque exigimos (as regras permitem-no) jogar com as nossas bolas. Ouvi da bancada e ,repito, de gente com responsabilidade na formação de jovens atletas que as bolas estavam vazias, que eram balões, que eram isto, que eram aquilo.
Lamento que essas mesmas pessoas não entendam que optamos por não jogar com "calhaus". Para bem do futebol exigimos jogar com bolas adequadas a miúdos escolas. No sentido de jogar bom futebol exigimos jogar com bolas que o permitissem e que não favorecessem quem está habituado a jogar na base do "bate nela".
Posteriormente, de forma inexplicável, concentraram-se em tentar bater as nossas bolas para fora do Campo. Com que objectivo? Forçar a utilização das bolas da "casa". Deixaram de se concentrar no jogo para levar a melhor numa "birrinha".
Terceiro obstáculo: falta de fair-play.
No final da partida impediram-me de festejar, como sempre, com os meus atletas. Barraram-me o acesso aos balneários, PESSOAS COM RESPONSABILIDADES NO FUTEBOL decidiram partir para o insulto e para insinuações graves.
Procuraram intimidar-nos com pontapés na porta do nosso balneário.
Quarto obstáculo: a arbitragem.
Não gosto muito de tocar neste ponto. Mas aquilo a que se assistiu hoje foi uma exibição sem personalidade e tremendamente tendenciosa da equipa de arbitragem.
Após o visionamento do video do jogo é possível constatar que nos foi invalidado um golo limpo, ficou por assinalar uma grande penalidade, o critério para a marcação das faltas não foi igual e faltas duras ficaram por sancionar. Faltas em que os nossos atletas ficaram maltratados.
Sim, é verdade que o árbitro manda repetir uma grande penalidade. Sim, admito que terá exigido algum excesso de rigor. Mas o que é facto é que realmente o guarda-redes se encontra em movimento na altura em que a grande penalidade vai ser batida (o mais curioso é que até acabamos por desperdiçar essas duas oportunidades).
Quinto obstáculo: a violência
É triste e lamentável ver os meus atletas com algum receio de sairem do balneário porque sabiam que "lá fora" se registavam desacatos e confusão.
É lamentável ver os meus atletas a assistir a tentativas de agressão ao árbitro e à intervenção da polícia local.
Ou seja, os atletas escolas do SC Coimbrões deixaram patente, mais uma vez, uma imagem e uma mentalidade de conquista e de superação.
Contra todas as adversidades, contra um clima hostil, contra decisões polémicas da arbitragem, e tendo em conta a ineficácia que demonstramos na finalização, mesmo assim fomos capazes de virar um resultado negativo e acabamos o jogo em grande estilo.
Se é verdade que não conseguimos impor o nosso futebol como queriamos ou seja, futebol pelo chão, variações de flanco, boas movimentações colectivas, a verdade é que dispusemos de 7,8,9 oportunidades flagrantes de golo.
Dois penalties desperdiçados, 1 golo mal anulado, 3,4 situações de lances em que aparecemos isolados em frente ao guarda-redes, 3 golos. Podiamos ter saído com uma grande goleada de Sobreira, no final o resultado foi de apenas 3-1.
Por todas estas emoções, por todas estas dificuldades e por todo o desrespeito que sentimos na pele...só tenho a dizer que os meus atletas SÃO VERDADEIROS CAMPEÕES.
Mereceram inteiramente a vitória e esta décima conquista consecutiva é um bonito prémio para estes miúdos que em todas as circunstâncias respeitam o jogo e seus intervenientes.
Uma palavra também para a nossa claque. Foram inexcedíveis e mais uma vez o 12º jogador. A Onda Verde não pára!!!
Por fim termino dizendo que existem situações e mais do que isso acumular de episódios que tiram a paciência até a um santo.
Procuro manter uma postura tranquila e apaziguadora. Procura manter-me tranquilo e garantir a tranquilidade dos nossos adeptos e atletas.
Hoje foi impossível. Com tanta injustiça, desrespeito e azar era impossível não sentir na alma a conquista destes miúdos. Fui efusivo nos festejos, é verdade. Mas em momento algum desrespeitei o adversário e seus responsáveis.
Aliás o SC Coimbrões deixou mais uma vez uma imagem de brio e de respeito, de exemplo e educação, de pacificação e tranquilidade.
Saimos de cabeça erguida, a cantar vitória e rumo aos nossos objectivos.
Na segunda volta teremos todo o gosto em receber o Sobreirense com todo o respeito e cordialidade.
Naõ sabemos agir doutra forma. Somos assim!
Assinado: Mister Nelson
Paredes 7-5 SC Coimbrões (fut7)
Em breve....
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