Primeiro jogo do campeonato e para muitos o seu primeiro jogo oficial, num campo pelado e pesado por causa da chuva. Condicionantes que fazim antever um jogo complicado e foi mesmo isso que aconteceu.
Pode-se dizer que foi uma vitória mais do coração do que da cabeça. O Pedroso foi sempre uma equipa complicada, que nunca baixou os braços e nos obrigou a um enorme espírito de sacrifício, valorizando ainda mais a nossa vitória.
A verdade é que entramos para o jogo "a medo", demasiado encolhidos, perante um adversário que, pelo contrário, entrou com uma boa atitude, obrigando-nos a passar alguns momentos de aperto. Mas a partir do primeiro quarto de hora, a equipa foi se soltando, foi crescendo, e, embora sem tomar conta do jogo, foi se tornando mais perigosa. O nosso primeiro golo iria surgir na sequência de um canto, para pouco depois, num contra-ataque, fazermos o 2-0.
Iamos para o intervalo a vencer graças à nossa eficácia e à atitude que tivemos a partir dos 10/15 minutos de jogo. No balneário, rectificámos algumas situações e pedimos a mesma atitude dos últimos minutos, uma vez que seria de esperar uma entrada forte do Pedroso em busca de um golo que relançasse a partida, e para a combater não podiamos ser tão permissivos como fomos no início da primeira parte.
Como esperado, o Pedroso entrou forte para a segunda parte e chegaria ao golo na sequência de uma bola parada em que a nossa equipa demorou uma eternidade para se reposicionar, dando espaço nas costas para o avançado da casa, que não desperdiçou. Era a pior entrada possível, com um golo que fez tremer e muito a nossa equipa.
Este golo fez-nos perder o discernimento e passamos praticamente a jogar só com o coração. Não mais conseguimos defender de forma organizada, nem explorar as transições rápidas, algo em que normalmente somos fortes. Foram várias as situações em que ganhamos a bola e partimos para o ataque em superioridade numérica, mas não soubemos aproveitar essa superioridade, ora porque os nossos avançados ficavam rapidamente em fora de jogo por falta de noção do espaço, ora porque dávamos um toque a mais ou demorávamos demasiado a soltar a bola.
A defender, começámos a aglomerarmo-nos onde estava a bola, sendo que muitas vezes tínhamos os três médios num flanco, deixando o meio completamente vazio Deixámos de sair a jogar e já só tirávamos a bola da pressão através do "pontapé para a frente", algo que nunca incutimos nos treinos.
Em suma, foi uma segunda parte em que estivemos quase sempre submetidos a grande pressão, mas com muito sacrifício conseguimos manter o resultado.
Terminado o jogo, e apesar da vitória e das condicionantes do campo, a exibição esteve muito aquém do que podemos fazer. Mais uma vez, e nunca é demais lembrar, o trabalho nos treinos reflecte-se no jogo, e a partir de agora vocês têm um exemplo concreto do quanto pode prejudicar o facto de alguns abordarem os treinos de forma irresponsável. Queremos que o grupo tenha um espírito de vitória, de conquista, mas não é só ao Sábado que se mostra que queremos ganhar, que queremos evoluir. Também durante a semana essa vontade tem que estar patente, porque quem treina bem, joga bem, e se joga bem, de certeza que vai ganhar muitas e muitas vezes.
Em suma, são três importantes pontos, mas mais importante que isso é a lição que tiramos deste jogo. Não podemos alterar a nossa forma de jogar nem podemos esquecer tudo o que treinamos simplesmente porque estamos a ser pressionados pelo adversário. Não podemos deixar que a pressão afecte a nossa capacidade de discernir, de pensarmos o jogo, de nos organizarmos.
Se treinamos a marcação à zona nos cantos defensivos, porque haveríamos de, na parte final do jogo, passar a marcar homem a homem? Se queremos que joguem de forma apoiada, em constantes triangulações, porque motivo vamos passar para o "chutão" se não é isso que treinamos nem o que estamos habituados a fazer? Lembrem-se que vocês estão em formação. O que aprende um jogador se cada vez que tocar na bola a sua única preocupação for dar um chuto para a frente?
Há quem ache esta a forma mais prática de conseguir resultados na formação, mas aqui não queremos ganhar a qualquer custo. Mais do que o resultado, queremos que vocês aprendam a jogar, que cresçam como jogadores, que entendam o jogo, que o saibam interpretar, que ganhem gosto por ele.
Pelo discurso pode parecer que não ligamos aos resultados. Claro que ligamos, e é claro que queremos ganhar sempre, de preferência! É importante formar a ganhar, criar o espírito de vitória nos nossos jogadores, o hábito de ganhar. Mas não é tudo, muito menos na formação, onde se trabalha para ganhar no presente mas principalmente no futuro. E só ganhamos no futuro se criamos as bases no presente.
Por último, queria mais uma vez agradecer aos pais/familiares pela inesgotável colaboração e apoio durante todo o jogo, bem como pela "prenda" com que nos brindaram no final da partida. É algo que nos irá ajudar imenso e nos permitirá trabalhar ainda melhor. É sempre positivo ver este espírito de entreajuda, ainda para mais num escalão onde, para termos um balneário forte, unido, é preciso que essa união venha de todos os lados.
Em nome da equipa técnica, o nosso Muito Obrigado!
Mister Guto
Pode-se dizer que foi uma vitória mais do coração do que da cabeça. O Pedroso foi sempre uma equipa complicada, que nunca baixou os braços e nos obrigou a um enorme espírito de sacrifício, valorizando ainda mais a nossa vitória.
A verdade é que entramos para o jogo "a medo", demasiado encolhidos, perante um adversário que, pelo contrário, entrou com uma boa atitude, obrigando-nos a passar alguns momentos de aperto. Mas a partir do primeiro quarto de hora, a equipa foi se soltando, foi crescendo, e, embora sem tomar conta do jogo, foi se tornando mais perigosa. O nosso primeiro golo iria surgir na sequência de um canto, para pouco depois, num contra-ataque, fazermos o 2-0.
Iamos para o intervalo a vencer graças à nossa eficácia e à atitude que tivemos a partir dos 10/15 minutos de jogo. No balneário, rectificámos algumas situações e pedimos a mesma atitude dos últimos minutos, uma vez que seria de esperar uma entrada forte do Pedroso em busca de um golo que relançasse a partida, e para a combater não podiamos ser tão permissivos como fomos no início da primeira parte.
Como esperado, o Pedroso entrou forte para a segunda parte e chegaria ao golo na sequência de uma bola parada em que a nossa equipa demorou uma eternidade para se reposicionar, dando espaço nas costas para o avançado da casa, que não desperdiçou. Era a pior entrada possível, com um golo que fez tremer e muito a nossa equipa.
Este golo fez-nos perder o discernimento e passamos praticamente a jogar só com o coração. Não mais conseguimos defender de forma organizada, nem explorar as transições rápidas, algo em que normalmente somos fortes. Foram várias as situações em que ganhamos a bola e partimos para o ataque em superioridade numérica, mas não soubemos aproveitar essa superioridade, ora porque os nossos avançados ficavam rapidamente em fora de jogo por falta de noção do espaço, ora porque dávamos um toque a mais ou demorávamos demasiado a soltar a bola.
A defender, começámos a aglomerarmo-nos onde estava a bola, sendo que muitas vezes tínhamos os três médios num flanco, deixando o meio completamente vazio Deixámos de sair a jogar e já só tirávamos a bola da pressão através do "pontapé para a frente", algo que nunca incutimos nos treinos.
Em suma, foi uma segunda parte em que estivemos quase sempre submetidos a grande pressão, mas com muito sacrifício conseguimos manter o resultado.
Terminado o jogo, e apesar da vitória e das condicionantes do campo, a exibição esteve muito aquém do que podemos fazer. Mais uma vez, e nunca é demais lembrar, o trabalho nos treinos reflecte-se no jogo, e a partir de agora vocês têm um exemplo concreto do quanto pode prejudicar o facto de alguns abordarem os treinos de forma irresponsável. Queremos que o grupo tenha um espírito de vitória, de conquista, mas não é só ao Sábado que se mostra que queremos ganhar, que queremos evoluir. Também durante a semana essa vontade tem que estar patente, porque quem treina bem, joga bem, e se joga bem, de certeza que vai ganhar muitas e muitas vezes.
Em suma, são três importantes pontos, mas mais importante que isso é a lição que tiramos deste jogo. Não podemos alterar a nossa forma de jogar nem podemos esquecer tudo o que treinamos simplesmente porque estamos a ser pressionados pelo adversário. Não podemos deixar que a pressão afecte a nossa capacidade de discernir, de pensarmos o jogo, de nos organizarmos.
Se treinamos a marcação à zona nos cantos defensivos, porque haveríamos de, na parte final do jogo, passar a marcar homem a homem? Se queremos que joguem de forma apoiada, em constantes triangulações, porque motivo vamos passar para o "chutão" se não é isso que treinamos nem o que estamos habituados a fazer? Lembrem-se que vocês estão em formação. O que aprende um jogador se cada vez que tocar na bola a sua única preocupação for dar um chuto para a frente?
Há quem ache esta a forma mais prática de conseguir resultados na formação, mas aqui não queremos ganhar a qualquer custo. Mais do que o resultado, queremos que vocês aprendam a jogar, que cresçam como jogadores, que entendam o jogo, que o saibam interpretar, que ganhem gosto por ele.
Pelo discurso pode parecer que não ligamos aos resultados. Claro que ligamos, e é claro que queremos ganhar sempre, de preferência! É importante formar a ganhar, criar o espírito de vitória nos nossos jogadores, o hábito de ganhar. Mas não é tudo, muito menos na formação, onde se trabalha para ganhar no presente mas principalmente no futuro. E só ganhamos no futuro se criamos as bases no presente.
Por último, queria mais uma vez agradecer aos pais/familiares pela inesgotável colaboração e apoio durante todo o jogo, bem como pela "prenda" com que nos brindaram no final da partida. É algo que nos irá ajudar imenso e nos permitirá trabalhar ainda melhor. É sempre positivo ver este espírito de entreajuda, ainda para mais num escalão onde, para termos um balneário forte, unido, é preciso que essa união venha de todos os lados.
Em nome da equipa técnica, o nosso Muito Obrigado!
Mister Guto
1 comentário:
Os parabéns aos meninos pelo esforço, pelo trabalho e pela vitória, claro.
Também aproveito para deixar um obrigada aos pais que colaboraram na "prenda"! Porque afinal de contas, estamos ajudar os nossos filhos.
(mãe do Gu)
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