Ao oitavo jogo a primeira derrota, frente a um rival, o Candal. Este é sempre um jogo que acaba por "mexer" um pouco mais com os atletas, já que muitos são amigos, vizinhos ou colegas de escola dos adversários, tendo este jogo a atracção extra de colocar frente a frente o 1º contra o 2º classificado.
A mensagem na palestra foi de plena confiança nas nossas capacidades. Sabíamos do valor do adversário, mas sabíamos também que se estivéssemos no nosso melhor teríamos todas as condições para alcançar a vitória e passar o Natal com cinco pontos à maior em relação ao segundo classificado.
Entrámos bem no jogo, sendo nossa a primeira grande ocasião para marcar, com um remate à trave do Júlio, após um canto. Neste lance podemos nos queixar de falta de sorte, já que se chegássemos aí à vantagem a história do jogo seria completamente diferente. Não marcámos, e praticamente na resposta o Candal chega o golo, num livre muito bem cobrado e sem qualquer hipótese para o Dani.
Reagimos bem ao golo sofrido e por duas ocasiões ficamos perto de marcar, mas o guarda-redes adversário opôs-se bem. Já perto do intervalo sofremos o segundo golo, com a equipa a cair bastante em termos anímicos a partir daí.
Ao intervalo voltámos a reforçar que tínhamos todas as condições para dar a volta ao jogo. Apesar da desvantagem de dois golos, não estávamos a ser inferiores ao adversário, tendo até construído bons lances de ataque, especialmente pela direita. Até mesmo a defender não estivemos mal, com os golos a surgirem um de bola parada e outro num lance fortuito.
Mas na segunda parte baixamos de produção, com o Candal a defender bem e a aproveitar da melhor forma a velocidade dos seus homens da frente. Já não conseguimos ser tão perigosos, com o adversário a justificar a vitória pela forma como controlou a vantagem.
É a primeira derrota em jogos oficiais, e da qual é preciso tirar as devidas ilações. A primeira, e esta é gritante, é que não devemos, em circunstância alguma ter medo de assumir o jogo. Em certas alturas do jogo alguns atletas, talvez por sentirem a pressão de um jogo mais exigente, "escondiam-se" da bola, com medo de errar. Como vos disse ao intervalo, errar faz parte do jogo e para começarmos a acertar mais vezes primeiro vamos ter que falhar por uma ou outra vez. Não podemos é ter medo de arriscar. E esta mensagem é principalmente para aqueles jogadores que têm já maior à vontade com bola, e que nos treinos mostram-se soltos e demonstram todo o seu potencial, mas em jogo retraem-se com medo do erro. Os meinhos, os jogos reduzidos e outros exercícios do género servem essencialmente para vos treinar a jogar sob pressão e só com aplicação máxima nesses exercícios é que teremos à vontade para chegar ao jogo e não nos encolhermos.
Outra situação onde temos ainda muito para batalhar é na pressão sobre o portador da bola. A agressividade com que os jogadores do Candal disputavam cada lance acabou por marcar a diferença, porque dáva-nos pouco tempo para pensar. E nós não soubemos fazer o mesmo quando eram eles que tinham a bola. Mas esta forma pressionar, de tentar rapidamente recuperar a bola após uma perda, só resulta se for efectuada por toda a EQUIPA. E este ESPÍRITO DE EQUIPA por vezes tem nos faltado. O UM POR TODOS E TODOS POR UM está no nosso grito por algum motivo. Mas este tipo de agressividade (atenção, não confundir com violência) é algo que vem em parte do foro psicológico de cada um. Normalmente está associado ao quanto cada um de nós quer vencer. E o estranho é que nos treinos essa agressividade acontece (com alguns exageros, por vezes), mas nos jogos tem sido raro acontecer, quando até devia ser ao contrário.
Estas semanas de paragem servirão para trabalharmos mais a fundo alguns destes aspectos e outros que ficaram por destacar deste jogo. No entanto, e sem hipocrisias, digo que ao longo do meu percurso de treinador já saí de jogos em que ganhei mais insatisfeito do que saí hoje. Saí triste pela derrota, obviamente, mas vi uma equipa sempre com a preocupação de sair a jogar, em procurar as tabelas... nem sempre o fizemos bem, é verdade, mas não estamos a trabalhar para ter resultados já amanhã. Nunca perdemos a identidade, e isso é muito importante.
Esta derrota não abala em nada a confiança da equipa técnica, quer a nível de objectivos colectivos como individuais. Podíamos optar por caminhos mais curtos para obter apenas e só resultados, mas tenho a certeza que se fosse isso que nos tivesse sido proposto no início da época nenhum de nós teria aceitado. O nosso objectivo é formar - a ganhar de preferência - mas sem ser a qualquer custo, sem abdicar da nossa forma de ver a formação. E a verdade é que continuamos "na luta". Estamos a um ponto do 1º lugar, com 3 de vantagem sobre o 3º, e com os nossos objectivos a nível de classificação intactos. E continuaremos a lutar por eles, nunca esquecendo que estamos, em primeiro lugar, a formar.
Por último, não podia deixar de fazer referência à reacção dos nossos atletas no final no jogo. Ver crianças a chorar é sempre algo que causa desconforto, e o futebol devia ser, acima de tudo, um divertimento. Mas acho que qualquer um de nós compreende o que eles sentiram no final. Esse sentimento mostra-nos que deram o que podiam, que se entregaram totalmente ao jogo. E quando assim é só temos motivos para estar satisfeitos. Foi a primeira derrota, certamente não será a última nas vossas carreiras (longas carreiras, espero!!), e depois do jogo o que devemos fazer é levantar a cabeça, lembrar dos erros e corrigi-los, para sermos cada vez melhores.
Almoço de Natal
Após o jogo tivemos o nosso Almoço de Natal, com atletas, staff e encarregados de educação, no Restaurante Alfaiate. Já com a derrota parcialmente esquecida (ou pelo menos colocada para segundo plano), foi mais um excelente momento de convívio e boa disposição, tão importantes para criarmos um bom ambiente entre todos, algo fundamental nestes escalões.
Não podia deixar de agradecer ao pai do Xano por todo o trabalho, quer a organizar o Almoço, quer pelas fantásticas lembranças que ofereceu! De minha parte peço desculpa por não ter podido ficar até à troca de prendas. Ainda tentei "esticar" o tempo ao máximo, mas acabou por não ser possível. As minhas sinceras desculpas.
Quanto às Boas Festas, ficam para 4ª feira, já que teremos treino na 2ª e 4ª. O treino de 2ª feira irá realizar-se à hora normal (18h30, ou 17h30 para os que puderem), enquanto 4ª feira será às 16h00, já que a partir das 18h00 teremos um lanche oferecido pelo Clube no Bar da Sede. 5ª feira estão todos de folga, com os treinos a regressarem no dia 28 de Dezembro.
Edit: Apenas hoje (Domingo) tive conhecimento da proposta dos pais para se fazer um jogo de pais contra filhos na 4ª feira. Será apenas uma questão de ver a disponibilidade do campo para sabermos se temos campo inteiro e avisar o Sr. Eduardo e a D. Clara, mas creio que não haverá problema. No treino de amanhã confirmaremos então o jogo.
Cumprimentos,
Mister Guto
A mensagem na palestra foi de plena confiança nas nossas capacidades. Sabíamos do valor do adversário, mas sabíamos também que se estivéssemos no nosso melhor teríamos todas as condições para alcançar a vitória e passar o Natal com cinco pontos à maior em relação ao segundo classificado.
Entrámos bem no jogo, sendo nossa a primeira grande ocasião para marcar, com um remate à trave do Júlio, após um canto. Neste lance podemos nos queixar de falta de sorte, já que se chegássemos aí à vantagem a história do jogo seria completamente diferente. Não marcámos, e praticamente na resposta o Candal chega o golo, num livre muito bem cobrado e sem qualquer hipótese para o Dani.
Reagimos bem ao golo sofrido e por duas ocasiões ficamos perto de marcar, mas o guarda-redes adversário opôs-se bem. Já perto do intervalo sofremos o segundo golo, com a equipa a cair bastante em termos anímicos a partir daí.
Ao intervalo voltámos a reforçar que tínhamos todas as condições para dar a volta ao jogo. Apesar da desvantagem de dois golos, não estávamos a ser inferiores ao adversário, tendo até construído bons lances de ataque, especialmente pela direita. Até mesmo a defender não estivemos mal, com os golos a surgirem um de bola parada e outro num lance fortuito.
Mas na segunda parte baixamos de produção, com o Candal a defender bem e a aproveitar da melhor forma a velocidade dos seus homens da frente. Já não conseguimos ser tão perigosos, com o adversário a justificar a vitória pela forma como controlou a vantagem.
É a primeira derrota em jogos oficiais, e da qual é preciso tirar as devidas ilações. A primeira, e esta é gritante, é que não devemos, em circunstância alguma ter medo de assumir o jogo. Em certas alturas do jogo alguns atletas, talvez por sentirem a pressão de um jogo mais exigente, "escondiam-se" da bola, com medo de errar. Como vos disse ao intervalo, errar faz parte do jogo e para começarmos a acertar mais vezes primeiro vamos ter que falhar por uma ou outra vez. Não podemos é ter medo de arriscar. E esta mensagem é principalmente para aqueles jogadores que têm já maior à vontade com bola, e que nos treinos mostram-se soltos e demonstram todo o seu potencial, mas em jogo retraem-se com medo do erro. Os meinhos, os jogos reduzidos e outros exercícios do género servem essencialmente para vos treinar a jogar sob pressão e só com aplicação máxima nesses exercícios é que teremos à vontade para chegar ao jogo e não nos encolhermos.
Outra situação onde temos ainda muito para batalhar é na pressão sobre o portador da bola. A agressividade com que os jogadores do Candal disputavam cada lance acabou por marcar a diferença, porque dáva-nos pouco tempo para pensar. E nós não soubemos fazer o mesmo quando eram eles que tinham a bola. Mas esta forma pressionar, de tentar rapidamente recuperar a bola após uma perda, só resulta se for efectuada por toda a EQUIPA. E este ESPÍRITO DE EQUIPA por vezes tem nos faltado. O UM POR TODOS E TODOS POR UM está no nosso grito por algum motivo. Mas este tipo de agressividade (atenção, não confundir com violência) é algo que vem em parte do foro psicológico de cada um. Normalmente está associado ao quanto cada um de nós quer vencer. E o estranho é que nos treinos essa agressividade acontece (com alguns exageros, por vezes), mas nos jogos tem sido raro acontecer, quando até devia ser ao contrário.
Estas semanas de paragem servirão para trabalharmos mais a fundo alguns destes aspectos e outros que ficaram por destacar deste jogo. No entanto, e sem hipocrisias, digo que ao longo do meu percurso de treinador já saí de jogos em que ganhei mais insatisfeito do que saí hoje. Saí triste pela derrota, obviamente, mas vi uma equipa sempre com a preocupação de sair a jogar, em procurar as tabelas... nem sempre o fizemos bem, é verdade, mas não estamos a trabalhar para ter resultados já amanhã. Nunca perdemos a identidade, e isso é muito importante.
Esta derrota não abala em nada a confiança da equipa técnica, quer a nível de objectivos colectivos como individuais. Podíamos optar por caminhos mais curtos para obter apenas e só resultados, mas tenho a certeza que se fosse isso que nos tivesse sido proposto no início da época nenhum de nós teria aceitado. O nosso objectivo é formar - a ganhar de preferência - mas sem ser a qualquer custo, sem abdicar da nossa forma de ver a formação. E a verdade é que continuamos "na luta". Estamos a um ponto do 1º lugar, com 3 de vantagem sobre o 3º, e com os nossos objectivos a nível de classificação intactos. E continuaremos a lutar por eles, nunca esquecendo que estamos, em primeiro lugar, a formar.
Por último, não podia deixar de fazer referência à reacção dos nossos atletas no final no jogo. Ver crianças a chorar é sempre algo que causa desconforto, e o futebol devia ser, acima de tudo, um divertimento. Mas acho que qualquer um de nós compreende o que eles sentiram no final. Esse sentimento mostra-nos que deram o que podiam, que se entregaram totalmente ao jogo. E quando assim é só temos motivos para estar satisfeitos. Foi a primeira derrota, certamente não será a última nas vossas carreiras (longas carreiras, espero!!), e depois do jogo o que devemos fazer é levantar a cabeça, lembrar dos erros e corrigi-los, para sermos cada vez melhores.
Almoço de Natal
Após o jogo tivemos o nosso Almoço de Natal, com atletas, staff e encarregados de educação, no Restaurante Alfaiate. Já com a derrota parcialmente esquecida (ou pelo menos colocada para segundo plano), foi mais um excelente momento de convívio e boa disposição, tão importantes para criarmos um bom ambiente entre todos, algo fundamental nestes escalões.
Não podia deixar de agradecer ao pai do Xano por todo o trabalho, quer a organizar o Almoço, quer pelas fantásticas lembranças que ofereceu! De minha parte peço desculpa por não ter podido ficar até à troca de prendas. Ainda tentei "esticar" o tempo ao máximo, mas acabou por não ser possível. As minhas sinceras desculpas.
Quanto às Boas Festas, ficam para 4ª feira, já que teremos treino na 2ª e 4ª. O treino de 2ª feira irá realizar-se à hora normal (18h30, ou 17h30 para os que puderem), enquanto 4ª feira será às 16h00, já que a partir das 18h00 teremos um lanche oferecido pelo Clube no Bar da Sede. 5ª feira estão todos de folga, com os treinos a regressarem no dia 28 de Dezembro.
Edit: Apenas hoje (Domingo) tive conhecimento da proposta dos pais para se fazer um jogo de pais contra filhos na 4ª feira. Será apenas uma questão de ver a disponibilidade do campo para sabermos se temos campo inteiro e avisar o Sr. Eduardo e a D. Clara, mas creio que não haverá problema. No treino de amanhã confirmaremos então o jogo.
Cumprimentos,
Mister Guto
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